78 PESSOAS SÃO PRESAS POR CRIME AMBIENTAL

Uma operação do Batalhão Ambiental da Polícia Militar deteve, ontem, 78 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, que ocupavam uma Área de Proteção Ambiental (APA) situada entre o Tarumã Mirim e o Tarumã Açu, destruindo boa parte da vegetação.

Desses, 15 foram presos em flagrante e levados à Delegacia do Meio Ambiente (Dema), no bairro Novo Israel, Zona Norte. Segundo a delegada titular, Isolda Couto Vale, eles serão identificados e responderão pela infração dos artigos 38 e 40 da Lei 9.605/98, que estabelece a proibição de invasão de floresta considerada de preservação permanente. Os 15 poderão ser condenados a penas que vão de um a até cinco anos de prisão.

O crime é inafiançável e os presos devem ser encaminhados hoje à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, na avenida Sete de Setembro. Mas o grupo conta com dois advogados, Juvenal Botelho, 52, e Mário Aguiar, 56, ligados a movimentos sociais, que estavam prestando assistência aos acusados.

Armas e equipamentos

O coronel Dênis Sena, subcomandante do Pelotão Ambiental, foi quem conduziu a operação quando foram apreendidas duas espingardas calibre 16, quatro cartuchos, 24 terçados, três facões e o mesmo número de machados. Sena disse que havia no local, aproximadamente, 100 pessoas que teriam provocado uma grande destruição na área como a derrubada de árvores centenárias tipo castanheira, angelim, mulateiro e outras.

Para ele, não havia característica da presença de agricultores, como argumentaram lideranças de entidades que apóiam a ocupação, como a Cooperativa dos Produtores Rurais Sem Terra do Amazonas (Cooperam), presidida por Ismael Dias de Oliveira, preso várias vezes sob acusação de crimes contra o meio ambiente.

Alguns presos informaram estar no local há mais de oito meses esperando uma decisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que teria prometido mandar um técnico ao local para avaliar a situação. Era o caso de Maria de Fátima Monteiro dos Santos, 54. “Estou há oito meses lá, onde ergui uma barraca de madeira”, disse a doméstica. Já Miguel Freitas da Costa, 47, natural de Codajás, disse estar em Manaus porque perdeu tudo na enchente e achou que poderia ganhar um lote no local. “Me disseram que tinha algumas pessoas lá e eu fui”, justificou. Para ele, se ganhar o lote prometido ficará na capital já que a grande cheia do ano destruiu toda a plantação que tinha em Codajás.
Fonte: Jornal Acritica

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